domingo, 10 de dezembro de 2023

A NOITE DE TODOS OS MEDOS


No âmago do que é humano

Cravou-se o punhal mais tresloucado 

Malditas as trevas das nossas mãos  

Do viver nosso que a cada dia se desfaz


Desanda para trás a roda da história 

O tempo futuro foge-nos dos pés

Estamos agrilhoados até à alma

Somos escravos outra vez subjugados 

Arrastamos pesados medos e ódios 

 

Olho por olho no ranger dos dentes 


Só ficamos a salvo sempre que viramos costas

Quando nos escondemos no escuro

Das sombras que mais nos envergonham


A gorda matança dos inocentes 

Ah como nos repugna tanto 

À hora de engolir para adormecer