No âmago do que é humano
Cravou-se o punhal mais tresloucado
Malditas as trevas das nossas mãos
Do viver nosso que a cada dia se desfaz
Desanda para trás a roda da história
O tempo futuro foge-nos dos pés
Estamos agrilhoados até à alma
Somos escravos outra vez subjugados
Arrastamos pesados medos e ódios
Olho por olho no ranger dos dentes
Só ficamos a salvo sempre que viramos costas
Quando nos escondemos no escuro
Das sombras que mais nos envergonham
A gorda matança dos inocentes
Ah como nos repugna tanto
À hora de engolir para adormecer