Vou beber um chá de algodão
Pode ser que faça bem
À bigorna do ouvido direito
Já que o esquerdo se deita na almofada
Sem querer saber de nada
Porque de nada adianta saber
de tudo
Nem das abelhas picantes
Que estão escondidas nos
relógios de corda
Um chá de água bem seca
Também deve acalmar as
erupções cutâneas
As dermes e epidermes dos
lençóis
As glândulas sebáceas dos
dias inteiros
Das metades de um limão
inspirado
Mas o melhor chá é de música
verde-orvalho
Arrancada à raiz das
madrugadas
Cura o cansaço das montanhas
Faz crescer o chão as portas
e as ideias
Ainda assim
Nada que se compare ao chá
de pedra
Saboreado com uns pingos de
sol
Os suficientes para fazer
nascer
Um arco-íris no céu da boca
3 comentários:
Um poema bem, urdido, cheio de imaginação!
saudações poéticas!
É muito interessante este poema sobre chás!
Beijinhos
quanto a mim
, que não sou bule
, o chá deve ser preto
sem buracos
ou água benta
com açúcar
e
sem menta
nunca optei pela pedra
a.penas
para poupar o rim
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