Teresa G. |
Já quase nada me acorda.
Mas juro que não sonhei
Quando vi o avião a voar para trás.
Aconteceu isso várias vezes,
Durante algumas tardes consecutivas.
Ainda tentei partilhar a minha visão
E apontava com o dedo: Ali, ali...
Depois aconteceu a morte, a minha primeira morte.
Não sei o que me aperta a alma, o pescoço, as paredes...
Estou surda e só a chuva me alivia, é como um beijo.
Bebo café para não acordar enquanto durmo.
Poderia haver um violino que tocasse para trás.
Eu sei, para trás não há dias
Porque o relógio continua
Mais ou menos nas quatro menos um quatro.
Tudo sem corda e sem funcionar:
A casa, o jardim, o quintal...
Não sei quanto metros quadrados tem um hectare
Passo demasiado horas na cama e no facebook
Também jogo muito, muito, muito... mas sem vontade.
Às vezes escrever é a coisa mais fácil,
Outras vezes tenho de aceitar
O pão, o vinagre e os espinhos.
1 comentário:
"Outras vezes tenho de aceitar
O pão, o vinagre e os espinhos."
...mais as rosas do regaço
e as mãos que acenam o avião
-
acenam ou chamam?
depende do vaivém do aceno
e caso o percas
apanha o seguinte
o das quatro menos um quarto
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