As janelas abrem-se para arejar as casas pela manhã
A morte universal, histérica até à ponta dos cabelos
Já não se aguenta mais o significado nauseabundo das palavras
Ainda que seja verdade que as mulheres falam muito
Falam para arejar, pois era sabido que nos fins dos tempos
Iria ser assim, com a invisibilidade de um deus que enlouquece
Por não existir, por não conseguir ouvir os segredos das mulheres
Que falam alto, histéricas, sempre histéricas, como o amor
O amor que não sai, mesmo que se puxe a tosse do fundo do peito
1 comentário:
Falar para arejar... ora aí está uma explicação para as pessoas muito faladoras, fazem-no por falta de ar...
Um poema impressionante, para ler e reler, tal a profundidade da abordagem.
Boa semana, querida amiga Regina.
Um beijo.
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