É sempre a mesma rua que encolhe os ombros
Porque não sabe as suas sombra nem as portas
Que tem de guardar dentro dos seus olhos de asfalto
Todos os dias faz a chamada por ordem alfabética
Gémeos, Loba Maior, Peixes, Sagitários...
De Vénus à Praça dos Conquistadores
Há cinco quilómetros de palavras
E tudo é mesmo ali ao virar de um ano-luz
Com os candeeiros públicos sempre acesos
Além de um rés-do-chão para cada morte
É sempre na mesma rua que nascem os pássaros
Com as suas gaiolas penduradas nas orelhas das nuvens
Não há asas mais abertas do que as das pedras
A rua não dá qualquer informação
A quem quer chegar ao centro do universo
Nem se importa que os anjos andem perdidos
Ao fim e ao cabo a rua segue em frente
Em direcção a todas as coisas que ainda não existem
3 comentários:
´....num universo onde não são necessárias curvas....
Eu, que não suporto nem a loucura nem o juízo, detesto a rua.
Só sabe andar para a frente e eu quero andar prós lados.
Mas a rua permanece...
e nós apenas passamos por ela.
Saudações poéticas!
Enviar um comentário