Continua o frio
Há peixes abelhudos a espreitar pelas portas
É necessário um esquema para fugir ao ruído
das pedras maduras. E acordo
Com a boca vazia para morder as mãos
As próprias mãos sem um agasalho
Sem uma explicação para a falta de amêndoas azuis
Nu corpo
No esquecimento teimoso de todas as horas
De todas as raízes
E acordo pensando como é desnecessário acordar
sem nenhum plano estratégico
Apenas com a humidade branca e sem diálogo
Apenas com uma vontade de boca e um voo arrepiado
Lá fora a música até corta
Qualquer coisa vai acontecer