sexta-feira, 31 de julho de 2015

DESTROÇOS DE LUZ

Paige Bradley


Anda cá poema, tenho de te agarrar
nem que seja a viva força
pelos cabelos ou pela língua,
tenho de te fazer falar
quero que digas tudo por mim
que me expliques o que não sei...

Vá lá, solta-te, não sejas esquivo,
dou-te papel e o meu ouvido
não te ponhas é com lamentos
para isso já me basto
preciso é de outras armas
de uma imagem bem afiada
própria para arremessar contra a luz
que me anda por aqui
dentro desta pedra destroçada.

Poema vem à deriva
quero-te afogar por inteiro
para que entres por um olho
e saias na porta furiosa do mar.

Não me dês tréguas nem compassos,
que o teu rumor não me deixe sufocar.



segunda-feira, 20 de julho de 2015

REGRESSO AOS DIAS SEM VOLTA


Gürbüz Doğan Ekşioğlu


Mais vale fazer contas à vida
Do que uma vida faz de conta

A partir do zero tudo é infinito

Já morri nos olhos de tanta gente
E mesmo assim continuo a sentir
O sabor doce das laranjas

Se pudesse só estar aqui

Como quem viaja por inteiro!