Não sei abraçar sem morrer
O vento tem ombros largos
Nada me agasalha o peito
Estou despida de tanto voar
De tanto devorar o céu
Não tenho força para poisar
Não sei morrer em bicos dos pés
Por isso quero um punhal pequenino
Para que o meu coração possa crescer
Além da fresta por onde espreita
Não sei respirar sem tossir
O beijo é fumo a sair pela boca
Nos olhos talvez uma carícia
Filigrana de arame fininho
As asas do meu voo fecham-se
Sobre o peito