O tempo é um mergulho
Por entre vagas altas e vigorosas
Vimos à superfície breve
Apenas por urgência dos pulmões
Mas em cada novo fôlego
Afoga-se sempre o mesmo mar
A mesma lua naufragada
Antigos futuros
Raspam do barco todas as escamas
E os dias que ainda não lembramos
Hão de abrir a barriga do mundo
Até arrancar do fundo do poema
As redes ainda por lavrar
Ao mar se devolve o voo da lua