sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

DOS PÍNCAROS DO TEMPO

O tempo é um mergulho 

Por entre vagas altas e vigorosas

Vimos à superfície breve

Apenas por urgência dos pulmões 

Mas em cada novo fôlego 

Afoga-se sempre o mesmo mar

A mesma lua naufragada


Antigos futuros 

Raspam do barco todas as escamas

E os dias que ainda não lembramos

Hão de abrir a barriga do mundo

Até arrancar do fundo do poema 

As redes ainda por lavrar


Ao mar se devolve o voo da lua