sábado, 24 de setembro de 2011

AS MINHAS PROEZAS MAIS ASSINALADAS



Arrisco em qualquer labirinto
Desde que tenha uma porta sempre à mão
Caminho sobre os precipícios de olhos vendados
Só preciso de duas moscas que me levem pelos ombros
Mergulho nas nuvens mais perigosas e movediças
Com um pára-raios na cabeça nunca perderei a maré

Faço com a minha escrita toda
Um ninho para a proliferação de gatos e sapatos
(deixo apenas um poema de fora para poder respirar)

Suporto tanto a loucura como o juízo
Que se pronunciam em pública sentença

Atiro tiros e granadas contra os espelhos blindados
Mas defendo-me com os espirros do meu nariz
Por entre os nós que me estão cravados na pele
Vou sentindo os meus embates mais cardíacos
Escondo-me na porta furada pelo bicho
E aqui fico até que o fruto comece a crescer

terça-feira, 6 de setembro de 2011

TONTURAS


É tão fácil sentir uma montanha russa

basta uma parede que tomba de um lado para a outro
um chão que não se segura em pé nem por nada
um sinal de stop que anda à roda sem querer parar
uma pedra que tropeça por estar distraída a pensar
uma escada que cai nos seus próprios degraus
um mar que mergulha e se afoga de repente