sexta-feira, 30 de março de 2007

Tão anjinhos...



Os nossos queridos meninos foram para a Espanha pintar a manta? Não dá para acreditar! Eles até são finalistas... a bem dizer, quase doutores... E só porque fizeram alguns disparates de nada, como atirar ovos contra as paredes, foram expulsos do hotel. Ai que maldade! Devem ser indemnizados? Claro que sim, coitados! Eles que, se calhar, se esforçaram tanto a pedir dinheiro nos semáforos... Em Guimarães há falta de anjinhos para as cerimónias da Semana Santa. É natural, foram todos passear para a Espanha.

Inqualificável

Nasci neste recanto da Europa. E, exactamente por isso, sinto-me na obrigação de pedir desculpa a toda a gente, por aquele infame cartaz que foi colocado na Rotunda do Marquês.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Fusos e parafusos

Mas quem me manda a mim, Mofina Mendes, tocar rabecão?

Muito gostava de saber em que fuso horário anda o meu blog... Já dei voltas e mais voltas sem acertar! São os meridianos da minha cabeça que andam todos trocados. Atrasar ou adiantar os relógios? Sei lá, não tenho tempo para essas coisas.

Brincar ao azul, azul...


O Tiago vem, instala-se no computador e por mero acaso, ou ensinado pelo murmurar dos anjos, abre o Google Earth. Que maravilha, descobrir o Mundo! Mas que fazer com aquela bola que não sai do monitor? Só há uma maneira de brincar: É pegar no rato e virar o planeta ao contrário...
Riu-me porque nunca tinha imaginado uma geografia assim, de pernas para ar! Ele ri-se de me ver rir e clica muitas vezes na cor azul, que é o mar e os oceanos. Faz um zoom infinito. Só para encher as mãos de azul...

terça-feira, 27 de março de 2007

Claras em castelo

No Auto de Mofina Mendes, de Gil Vicente, há esta passagem que me ficou, desde criança, como uma canção de embalar...

«Vou-me à feira de Trancoso logo, nome de Jesu, e farei dinheiro grosso.
Do que êste azeite render comprarei ovos de pata, que é a coisa mais barata que eu de lá posso trazer;
e êstes ovos chocarão;
cada ovo dará um pato, e cada pato um tostão, que passará de um milhão e meio, a vender barato.
Casarei rica e honrada por êstes ovos de pata, e o dia que fôr casada sairei ataviada com um brial de escarlata, e diante o desposado, que me estará namorando:
virei de dentro bailando assim dest'arte bailado, esta cantiga cantando.»

De facto, no viver de cada dia, existe a irresistível tentação de ir fazendo projectos no ar! Se esta tendência não for contrariada, corre-se o risco de o futuro ficar sem alicerces e ruir.

Desconto igual à idade...


Todas as dúvidas têm por base uma certeza. Descartes formulou: «Penso, logo existo.»

Todas as certezas fundamentam-se numa dúvida bem concreta. Tão basilar como o verso de Alberto Caeiro: «(Pensar é estar doente dos olhos)»


A minha perplexidade é esta: Sofreria Descartes de alguma doença de visão, de tal maneira que, se usasse óculos, teria deixado de existir?

segunda-feira, 26 de março de 2007

A fuga arrebatada


Não tinha pernas.
Apenas uma asas atadas e escondidas debaixo da mesa.
Um ás de copas que nunca puxei como triunfo.
Pensava que não queria ganhar, que não valia a pena.
E fui ficando até à última...

Tão fácil é viver. Basta um clik e ok, enter!