sábado, 12 de março de 2011

UM PASSO EM FRENTE

Quando os óculos acordam do seu sono crepuscular
As pontes ficam mais altas e traiçoeiras
O céu parece que abana por cima das nossas cabeças
E é difícil encontrar o equilíbrio entre o leve e o profundo
Porque todos os alicerces têm buracos cósmicos
Onde a luz se perde quando se quer ultrapassar

Já perdemos o rumo das estrelas submersas
Agora é ir e escolher as melhores fotografias
Pois o coração já tem um óptimo formato digital
Que até pode captar os dias que estão por fazer

Uma sensação de impaciência
Enche-me o guarda-chuva de mosquitos
Não sei por onde começar as nuvens
Que tenho de construir para amainar o vento

Tudo é mais fácil do que abrir uma janela

As palavras fecham-se por dentro
Para não serem apanhadas em flagrante
E ninguém possa escrever sem as pesar nas mãos