quarta-feira, 23 de setembro de 2015

GOMOS DE OUTONO

Cathleen Rehfeld



As laranjas encolhem na ponta do lápis
Puxo pelo elástico do nariz
Mas o espirro não me sai
Só uma gota de sumo azul fluorescente
E a pupila grossa
Anda de cá para lá
Horizontalmente
Porque tenho a bainha dos dedos caída
Tudo é tão verdade quanto energia
Quanto as minhas moléculas rotas
Arregaço as mangas para não chorar mais
As laranjas são ácidas porque são de mim
Um fruto roubado às tardes

Hoje tenho palavras leves e apetece-me maracujás