sábado, 26 de janeiro de 2013

ANATOMIA DE UM ESPELHO TORTO


Zoltan Szabo


Abrir o fecho eclair da testa ou do peito
Tanto faz porque já nada me liberta,
Tenho os fusos apertados
Entre Tóquio e o meu úmero esquerdo.

Da testa, só o franzir esdrúxulo
De quem puxa com força 
As réguas sem medidas
E baralha os pés e as polegadas
De um dia cósmico.

Do peito, ah do peito...
Não sai eco nem sentir,
Bebi o mar pela garrafa
E com a faca, cortei as palavras
Que andavam a bater contras paredes do céu.

Mandei-as todas para o lixo.

Agora vou fazer desenhos com as cores do vento.