sábado, 31 de outubro de 2009

INSTINTO


Apenas disparei contra o espelho em legítima defesa.

domingo, 25 de outubro de 2009

PEDRA ILEGÍVEL


O medo ata as mãos
Mata o coração
Porque não mergulha nem salta
Fica
No limiar das portas
Enquanto toda a urgência se adia
Tanto por serenidade como por cobardia

O medo transgride o próprio pensamento
Que só se compromete para se mostrar isento
E para parecer que não se atrela
À liberdade pré-definida na tabela
Tão periódica que faz buracos no tempo

O medo desfaz a palavra
Escrita à medo na areia
Mas nesse cálculo já desmedido
Vence mais a vontade do que o perigo

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

CONTINUAÇÃO


A estrada continua em frente
À espera dos teus passos para não arrefecer

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PARTILHA DOS DIAS TRISTES

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

CHOCOLATE


São as pétalas dos dias que me alimentam
Às vezes de forma tão inusitada
Que penso: Esta flor será para mim?

Quem me dera saber agradecer...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A TORRE DE BABEL

O melhor tempo e o da expectativa; a realidade é sempre frustrante pois quase nunca corresponde ao grau do nosso empenho. É necessário que haja sempre uma próxima etapa mais aliciante do que a anterior. Isto quer dizer que, as acções da maior parte das pessoas, ocorrem porque há sempre uma tendência para se conseguir outros resultados, mesmo que nunca se alcance o cume da vontade.

Somos inesgotáveis porque as possibilidades também o são.

Concluir uma coisa não nos leva a ficar satisfeitos nos cem, porque acontece logo um regresso ao zero de onde tínhamos partido e aonde a nossa força se mantém intacta, pronta a desenvolver-se mais intensamente.

Todo tempo é de expectativa, estamos num núcleo que se abre ao infinito. Realizar é apenas ir aperfeiçoando pequeníssimos detalhes de uma obra que não nos é dada conhecer na totalidade, pois essa obra excede sempre os limites dos nossos actos. Mas não atingir a totalidade não significa que sejamos sacos rotos, é antes a condição necessária à nossa liberdade. É sempre possível o MAIS sem que o TUDO venha a impor fronteiras ao nosso voo.