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Arminda Lopes |
Menina dos olhos bordados
Tão perto de morrer na esperança
Tudo é tão breve
Que fizeste da tua trança?
Menina das mãos apagadas
Os botões murcharam no casaco
A linha é frágil
Porquê ficaste sozinha no barco?
Menina dos cabelos mágicos
Tinhas pente e espelho de marfim
A Lua escondeu a cara
Tu não disseste não nem sim.
Menina das sete praias
As tuas flores eram tão morenas
O céu virou-se ao contrário
Não ficou o vento nem o poema.
Menina das faces rosadas
O mundo tinha as janelas abertas
Veio o cansaço quase morto
Todos os sorrisos caíram na gaveta.