Às vezes, até as minhas dóceis ovelhinhas perdem a paciência. Que vontade de meter por um atalho a abalar para muito longe...
Mas não sei que distâncias me dariam paz.
Apago destinos só de os pensar. Todos os lugares do mundo ficam à saída da minha porta.
E vou ficando por aqui, porque espero outras marés, outras mudanças de regras. Os castelos e as torres de vigia.
É noite e regresso.
7 comentários:
Sem querer javardar (isto existe?) agora lembro-me da famosa saída de um humilde transmontano quando lhe perguntaram, pouco tempo depois do 25 de abril, o que pensava da revolução. E ele respondeu 'ó minha senhora, mudam-se os porcos mas o gamelo é o mesmo'. E não é para mostrar mais uma vez que já sei fazer tags, é porque me lembrei que todas as mudanças de regras tendem a andar em círculo em volta do mesmo. E daquelas histórias que o herói parte para o mundo em busca de um tesouro perdido que afinal estava escondido no quintal.
É claro que eu disfarcei-me de jardineira, escavei o quintal todo, e não descobri tesouro nenhum. Por isso às vezes também me apetece abalar, não obstante a filosofia de bolso toda que está aí por aí acima. (Sabias que abalar é um termo típico do sul? Quando estive a dar aulas lá para baixo nunca me perguntavam se eu ia embora, perguntavam-me se ia de abalada. Eu achava piada e fiquei a gostar do termo - abalar - lembra qualquer coisa como abrir as asinhas e voar)
Não sei o que é que me aconteceu aos dedos hoje, deve ser falta de um certo apêndice esmaltado, bem, da porcaria do dente, enfim, há que admitir que estou uma velha desdentada, enfim, hoje estão outra vez com um daqueles ataques perigosos de verborreia digital.
Vou-me embora. Até porque com as tuas ovelhinhas sem paciência pode ser que seja hoje que a vassoura finalmente entre em acção.
Bjinhos
Ah, esqueci-me de dizer uma coisa, que não é lá muito importante, mas explica a minha pronta presença na tua caixa de comentários para abrir as hostilidades (eh pá, já me chamaram tolinha, com a bola avariada, mas ainda ninguém me chamou chata, por isso cá venho sempre)
Bem, queria eu dizer que tenho um radar novo, que se actualiza na hora, andei a experimentar radares, como quem não tem mais nada que fazer. E este é giro, só dá é uma trabalheira a abrir, por isso vou-lhe dar pouco uso, mas estavas tu a acabar o post, e eu andava a explorar aquilo, e bingo, acertei na mouche. Por isso apareci logo.
E esta conversa interessa a alguém? Bem, bem...
Mofina, se decidires abalar, faz um favor ao mundo e leva-me contigo!
"Todos os lugares do mundo ficam à saída da minha porta"...
Eu diria que ficam ainda mais perto: ficam dentro de ti!
Também já acreditei no abalar para longe, no esperar por outras marés...
Mas de cada vez que mudei o cenário (país, cidade, pessoas, trabalho), as mudanças importantes foram só temporárias e ilusórias.
Como se os problemas nos estivessem colados à pele, e ressurgissem sempre, de uma forma ou de outra.
Agora sei que as mudanças reais começam sempre de dentro para fora - pela imaginação, pela mudança efectiva na mente, no sentir, nas palavras...
Podem ser mudanças lentas e diferentes do que se esperava, mas a longo prazo são mais seguras que qualquer mudança geográfica ou circunstancial.
Realmente, o planeta, a galáxia, o universo são demasiado pequenos...
(Desculpa o aspecto "filosófico" do comentário, mas no fundo é apenas um "curso" de seis décadas, a que o teu texto deu azo...)
Beijinhos.
Às voltas na tediosa geografia da blogosfera (ou será do trabalho no computador?) acabo sempre por vir parar aqui.
Estava a olhar pela janela, para as árvores que mudam de cor, e a desejar abalar por aí fora, ver as árvores e os montes e mais tudo o que houver para ver em vez de andar às voltas com cartas a fornecedores e clientes (coisa mais tediosa não há) e de repente descobri uma coisa. Todos os dias são diferentes (todos os dias uma luz diferente bate nas tais árvores, todos os dias a tralha desarrumada na minha sala em volta do computador tem uma disposição diferente). A terra anda a correr pelo espaço à velocidade de não sei quantos kilómetros por segundo. Então para que precisamos nós de abalar?!
Bem, depois de mais esta dose de divagação em delírio vou voltar ao trabalho. Faz de conta que foi uma pausa para café.
(Um capuccino com canela e um chocolatinho para adoçar, numa sala quentinha com cortinas nas janelas)
Tenho mesmo que voltar às cartas. Bolas.
Eu também quero partir vezes sem conta, por aí! E regressar outras tantas ...
...é bom voltar!!
Bjs do fundo do Oceanus
À noite também regresso, mas sinto uma grande «vontade de meter por um atalho a abalar para muito longe...», mas não posso. No fundo há sempre algo que me faz regressar... quem sabe um dia granho coragem...
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