“Não encontrei uma fé: a minha fé é a minha procura e penso que só irei desistir dela no dia em que encontrar esse não sei quê que me cita e se esconde sempre que julgo que o tenho nas mãos.”
“Às vezes julgo que sou uma espécie de cobaia do futuro e que, irremediavelmente, faço parte daqueles que andam a ensaiar outro modo de tocarmos no mundo. Vejo, e não quero fingir que não vejo, que as pessoas andam muito magoadas a viver o que vivem. Creio que tudo se está a passar ainda no estádio intermédio do destino humano: as raças, as civilizações, a Terra inteira. É possível que esta história não seja ainda a verdadeira história do homem mas a dum ser intermédio. (…)”
“(…) a verdade é que sei coisas de mais e, se é certo que elas não me deixam odiar, também acho que não me deixam apaixonar. A razão fica sempre à espreita e não me consigo entregar emocionalmente, nem a uma ideia, nem a uma religião, nem mesmo a um amor…”
Este livro parou duas vezes nas minhas mãos: À primeira leitura só pude dar conta de algo que, precipitadamente, classifiquei de snobismo intragável. Afinal o snobismo era meu e da minha miserável interpretação. À segunda leitura pura e simplesmente rendi-me. Posso dizer que este livro deu-me volta à cabeça e libertou-me de um sem-número de tabus, inibições e ideias feitas.
“Às vezes julgo que sou uma espécie de cobaia do futuro e que, irremediavelmente, faço parte daqueles que andam a ensaiar outro modo de tocarmos no mundo. Vejo, e não quero fingir que não vejo, que as pessoas andam muito magoadas a viver o que vivem. Creio que tudo se está a passar ainda no estádio intermédio do destino humano: as raças, as civilizações, a Terra inteira. É possível que esta história não seja ainda a verdadeira história do homem mas a dum ser intermédio. (…)”
“(…) a verdade é que sei coisas de mais e, se é certo que elas não me deixam odiar, também acho que não me deixam apaixonar. A razão fica sempre à espreita e não me consigo entregar emocionalmente, nem a uma ideia, nem a uma religião, nem mesmo a um amor…”
António Alçada Baptista in “O RISO DE DEUS”
Este livro parou duas vezes nas minhas mãos: À primeira leitura só pude dar conta de algo que, precipitadamente, classifiquei de snobismo intragável. Afinal o snobismo era meu e da minha miserável interpretação. À segunda leitura pura e simplesmente rendi-me. Posso dizer que este livro deu-me volta à cabeça e libertou-me de um sem-número de tabus, inibições e ideias feitas.
4 comentários:
"a minha fé é a minha procura"
Gostei do "Riso de Deus" de Alçada Baptista. Li muita coisa dele. Este texto é bem ao seu estilo.
Um beijo.
Quando ele parar na tua pela terceira vez, atira-o para a minha, ok?!!!
É arrogante sim: "É possível que esta história não seja ainda a verdadeira história do homem mas a dum ser intermédio".
Consciente, raios o partam: "as pessoas andam muito magoadas a viver o que vivem".
Mas falso, também: "sei coisas de mais e, se é certo que elas não me deixam odiar(...)
É sempre possível odiar, a quem é humano. E amar, também, embora mais difícil. E ele é humano como todos nós, mesmo que ache isso uma pobreza de espírito.
Lá isso, não me rala.
Bem... cá ando a desenterrar os posts mais antigos. Corro o risco de nem chegares a encontrar os meus comentários mas não resisto. Nunca li este livro que citas... talvez devesse. Tudo o que ele diz bate certo. Há dias em que me incomoda fazer parte dos Homo sapiens - essa corja :) - mas faço, trago comigo toda a herança de asneiras e maravilhas que faz desta espécie um fenómeno tão estranho. Obrigada pelas palavras - a verbalização dá um certo sentimento de alívio, nem que seja por ficarmos com a sensação de que um outro também consegue ver o mesmo que nós.
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