sábado, 4 de fevereiro de 2012

DUELO SOLAR


O sol estrangula-me o pescoço
Com dedos letárgicos
Mas com o gume do meu olhar
Descubro o mapa do chão

Agudas estrias sobrepostas
Com sombras de ramos naufragadas
Onde translúcidas figuras sem rostos
Se insinuam ora sinistras
Ora plenas de alegorias geométricas

E já um auto-retrato de van Gogh se confunde
Com os óculos e chapéu de Pessoa
Tão iguais
Que a cadeira e os girassóis
Ficam do mesmo tamanho

Só mesmo uma nuvem pesada
Para acabar com estas visões rupestres
E me arrefecer os pés
Libertando-me das garras do sol

4 comentários:

teresa g. disse...

Ó pá, as minhas perguntas são mais fáceis, caneco :P

Mofina disse...

Nem perguntei nada... Ou será que perguntei?

choco disse...

eu passo a ferro as minhas rugas
:)

vieira calado disse...

Mas mesmo assim. sempre é melhor que na cidade!

Saudações poéticas!