segunda-feira, 30 de outubro de 2023

O deslizar do ”Rio Sem Margens”

Levanta-te, ó Pátria minha!


 "Sob as palavras de pedra,

num genocídio de ideias rombas,

chagas no verde e vermelho abertas,

morreu o tempo da verdade comprovada.

É a Idade das Nuvens, premeditada,

martelando no engano das sombras,

que distorce a luz e nos derrota

por maltratados ouvidos e olhos.

A vozearia falida, comungada

por todas as línguas confusas,

qual pedra estéril de gente sem estrela,

ilumina o pior e escurece a vontade.

Levanta-te, ó Pátria minha!

Mais alto que o choro de pedra

e que a nuvem teimosa em ficar,

há um céu de integridade à tua espera."


© Jaime Portela, Janeiro de 2022

https://riosemmargenspoesia.blogspot.com/feeds/posts/default

4 comentários:

Jaime Portela disse...

Mas que bela surpresa.
Fiquei sem palavras, obrigado pela preferência.
Um beijo e uma ótima semana.

Graça Pires disse...

Jaime Portela é um poeta cheio de sensibilidade. Gostei de o encontrar aqui com este belo poema.
Uma boa semana.
Um beijo.

Isa Sá disse...

Bonito poema!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Anónimo disse...

é o murmurar das pedras
a.