segunda-feira, 3 de março de 2008

Identidade e inquietação

Pelas palavras, não sei bem, se me mostro tal como me vejo, ou se me oculto atrás de um perfil que, apesar de ser anónimo, tem os traços da mais pura realidade.

Quem sou?

Nos espelhos não me reconheço. Por isso, escrevo.

10 comentários:

teresa g. disse...

Indecisão e subjectividade são próprias dos peixes, rs rs!

Depois volto com mais calma fazer um comentário dedente.

Bjinhos

teresa g. disse...

DECENTE!

teresa g. disse...

Ops, isto é gritar, e não era preciso gritar, sorry.

AJO disse...

És o que escreves... não tens por que te esconder.
BJS e boa semana

Anónimo disse...

O que dizemos nas entre-linhas (e que geralmente teimamos em esconder), é muito mais o nosso EU que aquele que tentamos revelar nas palavras; do mesmo modo, os espelhos devolvem-nos uma imagem distorcida de quem somos realmente.

Muito poucos se conhecem a si mesmos (como recomendava Sócrates - o grego), mas alguns conseguem descortinar aqueles aspectos dos outros que eles próprios teimam em não ver e principalmente em não mostrar.

Mas continua a escrever... e depois a ler aquilo que NÃO escreveste. Talvez lá chegues, com muito exercício e muita limpeza das teias de aranha que sempre nos cobrem.

O que estou pr'àqui a filosofar também é pra mim... e p'rà maior parte dos pobres mortais que não aprenderam as lições do tal grego...

Vasto programa...

Uma bjoca... no entretanto.

teresa g. disse...

Alguns revêmm-se nas roupas que usam (trapos, carros, objectos, jóias, griffes).

Alguns revêem-se no poder que têm (dinheiro, influências).

Alguns revêem-se nos conhecimentos que adquiriram e na respectiva autoridade académica.

Alguns revêem-se nos olhares daqueles a quem amam.

Parece-me que todos eles são uns pobres coitados que não sabem quem são.

Por isso não vejo mal nenhum em te descobrires nas palavras, principalmente se elas não te forem ditadoras de nenhuma verdade.

teresa g. disse...

Eh pá, ando mesmo azeda.

Anónimo disse...

EROS E PSIQUE

'Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra a hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.'

FP

(Tenho que perguntar à jardineira se isto é um comentário decente)

Mofina disse...

A Princesa dorme... Mas espanta o Infante com o seu estrondoso roncar!!!

lol,lol,lol

teresa g. disse...

Infante covardolas. Em último caso arranjam-se umas molas para pôr no nariz da princesa.

Sabes quem fez anos hoje?!
(E eu ainda não lhe telefonei)

Bjinhos