quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Não vás ao mar

Maria Toina da Silva, minha amiga? Exagerei. Conheço-a só de vista. Sei, no entanto, que é portadora de uma deficiência que não a deixa falar de modo minimamente perceptível. Facto que mais ou menos a angustia e que já há uns anos a levou a aceitar um tratamento inovador que consistia em injectar um relaxante muscular nos lábios. Coisa simples, quase indolor, garantiram-lhe.

No dia marcado, lá foi a Maria Toina toda contente até ao hospital. A coisa começou a mudar de figura quando soube que as picadas iriam ser aplicadas não só nos lábios, mas também na veias do pescoço. Mesmo assim, tentou manter-se firme e ir em frente. Só que à terceira agulhadela, gemeu, falou e disse ai ai ai. Não desmaiou por um triz. Quando chegou ao fim, sentiu-se óptima. Era só esperar pelos resultados, e repetir o tratamento de seis em seis meses.

Dizem que ficou com a boca muito direitinha, sim senhor! Que se notava uma melhoria, ora essa! Pode ser, mas os efeitos secundários levaram-na a refilar alto e a bom som: Nunca mais...

Insólito porém foi descobrir que um produto de fim terapêuticos se espalhou a uma escala mundial com o célebre rótulo de Botox.

E claro que mais do que insólito, há a parte grotesca da estupidez humana. Maria Tonia da Silva Pancrácia é bem capaz de se sentir indignada por ver tanta gente a “brincar” com uma coisa tão valiosa como a saúde.

5 comentários:

teresa g. disse...

Não brincam. Trocam-na por algo que valorizam mais.
Vendem-na...

Blimunda disse...

Que queres amiga? Este mundo esrá cheio de amibas! Melhor, mostros psico-teratológicos.

Blimunda disse...

A coisa está hoje está difícil. Deve ser da fome!

Blimunda disse...

Hahaha, pronto, agora é demais! Não digo mais nada hoje!

Graça Pires disse...

As pessoas querem parecer o que não são. Gostei da história. Um beijo.