Ao abrigo de um decreto-lei
Não devia haver nenhum sem-abrigo
Mas todos nós ficamos abandonados à intempérie
Dos espaços amplos e sem fim
Que se têm de percorrer de um lado para o outro
Sempre
Para estar a par das novas avenidas
Das novas super-novas que nos cobrem
O corpo de papel e de cartão molhado
Todas as palavras ficam frias
Quando cai o relento
4 comentários:
Criações de Outubro?
Mofina, um poema inoxidável, quero com isto dizer como meu amigo carro velho, brilhante. Adorei.
"Todas as palavras ficam frias
Quando cai o relento"
Muito belo!
Beijos.
....
enquanto passamos
enquanto fingimos
enquanto cegamos
por vezes, por vezes até tentamos não respirar, pelo odor
enquanto passamos
enquanto
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