quarta-feira, 23 de setembro de 2009

SETEMBRO SOBRE OS OMBROS

Este ano o Outono ainda arde com Sol
Ainda não começou a cair de cansaço
Mantém as sombras verdes
Sombras plácidas boas para um recolher
De pássaros com silêncio
Boas para um folhear distraído de memórias
Pequenos álbuns de luzes já amarelecidas
Já esbatidas pela repetição dos rostos

Este ano o Outono tem uma lista de nomes a menos
Mas a melancolia ainda está por chegar

Por enquanto as praias continuam abertas
É só mergulhar e recolher as uvas mais doces
Esperando que o mosto fermente no olhar
E pise o horizonte até à criação do verbo novo

Mas este Outono irá virar de repente
Varrido por um vento forte
Que cobrirá o chão com todas as cores do frio

9 comentários:

privada disse...

É a isto que chama poesia universal, como o horoscopo, todos se identificam. 5 stars

Blimunda disse...

Tarda nada sobejará melancolia, minha poeta!

Graça Pires disse...

Setembro. Outono. A melancolia que se aguarda. Um belo poema.
Beijos.

teresa g. disse...

Banda sonora aqui. A ouvir em repeat até perceber porque é que alguém fez aquele último comentário.

(Mas não digas nada à Blimunda, porque eu não arranjei nenhuma para Outubro)

teresa g. disse...

Isto já parece promessa de bêbado, mas um dia destes ainda ponho as leituras em dia

AJO disse...

Ai como é belo este teu espaço... BJS e bom fim de semana.

O Profeta disse...

Passei para te deixar um terno beijo...

mag disse...

Escolheste uma foto excelente.
A poesia também está óptima: é daquela que diz alguma coisa que se percebe e com beleza nas palavras e nas ideias. A nota melancólica diz bem com o tema, além de ser companheira de quase todos os poetas. Mas felizmente que aí dentro não há só melancolia...

Bom Outono!
Bjos.

* hemisfério norte disse...

branco
chão
virá

a.