O medo ata as mãos
Mata o coração
Porque não mergulha nem salta
Fica
No limiar das portas
Enquanto toda a urgência se adia
Tanto por serenidade como por cobardia
O medo transgride o próprio pensamento
Que só se compromete para se mostrar isento
E para parecer que não se atrela
À liberdade pré-definida na tabela
Tão periódica que faz buracos no tempo
O medo desfaz a palavra
Escrita à medo na areia
Mas nesse cálculo já desmedido
Vence mais a vontade do que o perigo
10 comentários:
De que tens medo, Mofina?
Não respondas zangada. Fala a sorrir, assim é mais fácil para todos.
aFASTo o MEDO
e saio
das areias
movediças
e
os buracos do tempo são tapados com palavras de pedra
sobre viv entes
bj
a.
é preciso encarar os medos e não deixar de repetidamente, escrever a palavra, para afugentar os nossos maiores temores, a persistência levar-nos à a bom porto.
Intenso como o poema q faz parte de uma musica de Chico Buarque...aqui, parte dele:
"[]Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"
É isso aí.
Bjs e ótima semana.
O medo desfaz a palavra
Escrita a medo na areia
O medo contra medo fará o mesmo efeito do focontra fogo?
Leia-se do fogo contra fogo.
O medo hipoteca a vida.
E o pior de viver uma vida hipotecada é que a morte nos parece o que não é.
A propósio, Mofina, bela obra. Quero mais!
Bela obra, muito melhor do que a daquele cujo nome não pronuncio, mas acho que sei quem...
Escreves de uma forma que toca e marca. Adoro.;)
Vinha fazer uma brincadeira e já não fiz, eu vivo tolhida pelo medo, as palermices são para o enganar.
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