Há pessoas que perdem o sono
Não por serem esquecidas
Antes por estarem atentas demais
E levantam-se cedo para o procurar
Mas por muito que tentem não conseguem
Perguntam e põem anúncios
Só que ninguém sabe de nada
Ninguém viu nem ouviu nada
Mesmo quando se trata de um sono pesado
Há pessoas que perdem as mãos
Sempre que as guardam nos bolsos
Devia haver um sítio exacto para todas as coisas
Incluindo para as coisas que não mudam de lugar
Caso contrário muitos mares e montanhas
Poderão desaparecer dos mapas
Isso é tão certo como o eixo que espeta o mundo
E cujas pontas saem pelos dois pólos
Há sonos tão pesados
Que abrem o chão até ao seu íntimo
É por isso que quando as pessoas acordam
Caem num sono profundo
9 comentários:
Tudo isso, simplesmente, porque é a sua única maneira de tornar o mundo num lugar um pouco mais suportável...
Eu nunca perco o sono. Mesmo quando perco a cabeça, tenho sempre o sono à mão... Deve estar colado à pele!
Será que, distraidamente, não tomaste duas pastilhas ontem à noite?!
"Há pessoas que perdem as mãos
Sempre que as guardam nos bolsos"
Um poema muito interessante. Beijos.
Faça favor de ir dar os parabéns à Mac, menina. E não vale dizer que já deste, ok?! Estamos a fazer um baile lá. Corre, depressa, depressa, que cedo é tarde.
os bolsos tbm sao excelente sitio para perder dinheiro
Nopes, jg. Estou pura como uma virgem supersticiosa.
"Há pessoas que perdem as mãos
Sempre que as guardam nos bolsos"
Muito bem observado!
Bjs
por isso quero, no fim, ser pó
para que o chão não me engula
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