segunda-feira, 26 de julho de 2010

POEMA FULMINANTE

É possível ter um ataque súbito de vida
Desses que não têm origem conhecida

E que causam grande consternação

Desta idade… quem diria


Estamos todos sujeitos a nascer de um momento para o outro

Basta bater com a cabeça numa flor

Ou deixar entrar uma formiga miudinha para o peito


Ninguém escapa

Quer se escreva em texto corrido ou entre aspas


Nasce-se com um sorriso crónico

Que não há como o curar

Nem mesmo praticando muita ginástica interplanetária


Além do sorriso

Há outros perigos igualmente alegres

Fatalmente alegres


Não há remédio, nada mata a vida!

5 comentários:

mac disse...

A tristeza mata a vida.
O desespero também.

privada disse...

O meu tio tinha uma arma de fulminantes, nunca me conseguiu matar com isso. Grande Mofina

Blimunda disse...

Há uma coisa que tudo mata - a morte. E a gaja tem as mais variadas cores e formas e palavras e olhares e até sorrisos - dos tristes e aloja-se onde bem entende. Até ao lado da formiguinha miudinha que entrou para o peito

Blimunda disse...

Mas atenção, a morte também pode morrer. E morre quando a vida a mata! Portantosssss....

Joquinhas minha Noquinhas.

jg disse...

"É possível ter um ataque de vida súbita"
Cheira-me mais a "súbito". Talvez por serem parentes dos ataques...