terça-feira, 5 de abril de 2011

BOA NOITE



Não mato a cabeça quando penso
A cabeça não é coisa que se gaste como se fosse água
Ou gás
Nem se queima como acontece com as lâmpadas

A cabeça é uma boa ferramenta de trabalho
Só é preciso fazer os movimentos certos
E ter cuidado para as ideias não cortem os dedos

Mais do que uma ferramenta de trabalho
É um instrumento de precisão
Tal como um bisturi ou um míssil

Penso que não mato a cabeça quando penso
Mas para prevenir qualquer engano não penso muito
Dá-me jeito ficar assim
Com os neurónios parados

Quando anoitece as janelas apagam-se
Para que possamos adormecer à vontade
Conforme as figuras geométricas se vão partindo
E não haja nem mais uma linha curva
Para pôr em cima dos joelhos e aquecer

esquecer
escrever

4 comentários:

choco disse...

ainda bem que não esqueceste
__________________escrever
bj
a.

mac disse...

Não, não e não, Mofina.

Esquecer é negar a existência, a nossa e a dos outros, os que coexistiram connosco.

Escrever, bem...
Escrever é outra cousa.

Blimunda disse...

Nem sempre se apagam as janelas quando anoitece.

teresa g. disse...

Boa noite, até à manhã.
Amanhã.