quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

A DOENÇA DAS PONTES TORTAS

Quando penso fico às escuras


Nem as mesinhas de cabeceira

Funcionam como antes

Já não há pulsos a vapor

Todas as horas vêm da China

Com árvores para pendurar ao pescoço

E com genuínas pedras de plástico do antigo Egipto

  

Pertenço à idade dos erros

Por isso ferro os dentes

Enquanto continuo a não morder

O engodo que me engorda 


E olho para o caminho que parou

Ali mesmo à minha frente

Só para não me deixar passar

7 comentários:

Fá menor disse...

Grande reflexão! Gostei.
Andamos quase todos mais ou menos às escuras. Mas é melhor mesmo, sim, não morder o engodo. Às vezes engolimos em seco de querermos avançar e não termos por onde.

Beijinhos e tudo de bom!

Graça Pires disse...

"Pertenço à idade dos erros". Pertencemos todos. Por isso ficamos às escuras quando pensamos neste nosso mundo tão inquietante. Que poema tão original minha Amiga Regina.
Tudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.

Anónimo disse...

todas as horas vêm da China?
Se o Big Ben sabe dá-lhe um chelique
a.

Jaime Portela disse...

Os meus aplausos para este seu poema.
É excelente, tem um registo original que obriga a atenção do leitor.
Saio daqui mais encantado que nunca antes. E a Graça é a culpada.
Boa semana. Beijos.

Jaime Portela disse...

Gostei de reler e reler.
A cada leitura gosto ainda mais.
Boa semana.
Um abraço.

Jaime Portela disse...

Já li e reli...
Acrescentaria,
"Só assim
conseguimos abordar de novo as pontes
sem pensarmos nas origens da razão
ou no luar que nos brinda
com a energia do cosmos."
Boa semana.
Beijinhos.

Jaime Portela disse...

Boa semana.
E uma Páscoa muito Feliz.
Beijinhos.