domingo, 14 de abril de 2024

DENÚNCIA ANÓNIMA

Quando as facas beijam o nó do pensamento 

Há dores que espirram e bocejam pelo nariz

Apontando a torto e a direito

Para todos os actos de amor

Perpetrados contra um tipo de solidão ilícita 

Contra os malmequeres de biqueira de aço

Contra as nuvens que se vendem a preço da chuva

Há dores agudas como gritos de morcegos

Amor cego que se ouve à distância

E se vai afastando sempre lentamente

Porque é mais leve morrer do que calar


3 comentários:

Jaime Portela disse...

Não sabia que era preguiçosa... mas a denúncia não foi minha, foi sua e não foi anónima...
Voltando ao poema, achei-o muito bem escrito e com metáforas de se lhe tirar o chapéu, sendo o resultado final um excelente poema.
Boa semana.
Beijo.

Fá menor disse...

Muito belo poema!
Quando peito se rasga em doridas e sangrentas desilusões...

Beijinhos e boa semana!

Jaime Portela disse...

Gostei de reler este excelente poema.
Boa semana do 25 de Abril.
Beijo.