quarta-feira, 22 de julho de 2009

PERDIDOS NO UNIVERSO

Ser pessoa às 4:18 da tarde,
a Primavera já não cheira,
só os pinheiros das naus das sete partidas.

Neste instante exacto, o dedo no cronómetro,
a vida anda ao contrário
porque não é capaz de andar com os pés
nem sabe orientar a cabeça.

Por estas horas algum rei sem destino
mas com muitas nuvens nos ombros,
proclama uma liberdade assim-assim
mais ou menos em desequilíbrio
como vem nos livros de história.

Ser pássaro de um momento para o outro
trocando de mãos,
malabarista desastrado
que não pode agarrar no vento,
todas as ideias são bolas que se atiram para o ar.

Há um horário rigoroso que se tem de cumprir
logo que a porta é aberta,
logo que se lava a cara,
não adianta encolher os passos
porque toda a gente sabe onde se esconde o futuro
e em cada esquina somos apanhados de surpresa.

4 comentários:

mac disse...

Caramba Mofina, tirou-me as palavras da boca.

Blimunda disse...

V~E se te vais lembrando que há tantas pessoas como a tua pessoa das 4:18 da tarde como de pombas assassinadas e de ideias como bolas atiradas ao ar e levadas pelo vento em liberdade assim.assim.

Cristina Fernandes disse...

Momentos, tempos e horários... dá que pensar. Parabéns por este seu espaço.
Chris

teresa g. disse...

Nem mais...