Ser pessoa às 4:18 da tarde,
a Primavera já não cheira,
só os pinheiros das naus das sete partidas.
Neste instante exacto, o dedo no cronómetro,
a vida anda ao contrário
porque não é capaz de andar com os pés
nem sabe orientar a cabeça.
Por estas horas algum rei sem destino
mas com muitas nuvens nos ombros,
proclama uma liberdade assim-assim
mais ou menos em desequilíbrio
como vem nos livros de história.
Ser pássaro de um momento para o outro
trocando de mãos,
malabarista desastrado
que não pode agarrar no vento,
todas as ideias são bolas que se atiram para o ar.
Há um horário rigoroso que se tem de cumprir
logo que a porta é aberta,
logo que se lava a cara,
não adianta encolher os passos
porque toda a gente sabe onde se esconde o futuro
e em cada esquina somos apanhados de surpresa.
4 comentários:
Caramba Mofina, tirou-me as palavras da boca.
V~E se te vais lembrando que há tantas pessoas como a tua pessoa das 4:18 da tarde como de pombas assassinadas e de ideias como bolas atiradas ao ar e levadas pelo vento em liberdade assim.assim.
Momentos, tempos e horários... dá que pensar. Parabéns por este seu espaço.
Chris
Nem mais...
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