Mesmo com as janelas fechadas
Não há como evitar o passar do tempo
A actividade das máquinas cósmicas
Os seus lábios metálicos abrem e fecham-se
Num pestanejar de cordas e roldanas
As novas obras multiplicam-se
E já não há mais céu para arranhar
Só futuros para distribuir
Só estradas para abrir à força
Dentro das nossas cabeças
Já não há mais árvores para navegar
Só um corpo antigo e em perigo de desmoronar
Seguro por estacas que aguentam os ombros e os joelhos
Muitas roupas vão ficar desalojadas
Muitos sapatos vão ficar sem alicerces
Caindo para dentro de um vento profundo
Sem respiração nem vontade para crescer
Para subir de andar em andar
Um corpo que de tão exausto vai ficar sem telhados
Vai desistir das suas portas mais urgentes
Das suas paredes mais íntimas e caladas
Um corpo que de tão alto vai precisar de uma grua
Para colocar a sua última palavra angular
Sobre as casas que vão voltar a nascer
8 comentários:
Estou para aqui a olhar sem saber o que te dizer
Há dias em que só nos apetece desaparecer, é verdade. Horrorosamente negros
Mas será que não vale a pena ouvir o riso de uma criança, ou a gargalhada de um amigo, sentir um beijo no rosto
São coisas comezinhas, de todos os dias, mas não valerão a pena?
beijo
A paisagem sempre regressa.
Nem que venha sob disfarce.
Bjinhosssssssssssss
Meanwhile, it's show time!
Sim, Mofina, o cansaço, este cansaço imbuído, infiltrado, digerido, é terrível.
Também estou cansada, amiga.
"As velhas casas pegam-se ao chão.
É verdade.A paisagem é que muda com o tempo e não acho que regresse...
Um beijo.
Mofina. Adoro cada letra que aqui pões. Mostra o teu outro eu, que, cá para mim, todos adoramos e ficamos de boca aberta. Um beijinho de Saudades =) quando puderes passa no meu. Beaa'
<3
pq não sei o q dizer
pq n tenho palavras q cheguem
<3
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