A verdade é que não consigo poisar os pés
Nem os olhos por muito tempo
Se o faço fico com dores na fechadura
Porque sou uma porta sem cadeados
Uma porta escancaradamente secreta
Que não leva a nenhum lado
O esquecimento é o vigor mais forte dos dias
Cada pé tem os seus terrenos falsos
E as suas areias movediças
Não conheço gesto mais vincado
Do que a mão quando está cansada
E deixa cair o lápis a espada e a rosa
Todos os fusos horários são lentos
Vou apagar as árvores
Que estão por trás dos castelos
Vou pedir a ajuda de um dragão
Já não tenho medo das rocas
Porque os dedos estão habituados
A acordar por si
Quando chegam ao fim da letra z
9 comentários:
Onde tens tu a fechadura? Também quero uma, mas que feche à séria. :-)
Linda, como sempre, este tua visão da inexorabilidade das coisas!
A vida é um pântano,não é?
E quanto mais se luta mais lentos os fusos horários são
Um texto cheio de ironia que dá prazer ler...
Um beijo.
Então ficaste trancada?
Abre essa porta, salta cá pra fora.
Gostei muito deste poema!
Saudações poéticas
Mofiiiiiiiiiiiiiiiiiiiina! Alô?
Tira as mãos dos bolsos, então?
pede antes ajuda a uma águia :):)
Mofina, minha amiga
Tão só na solidão comum
Ignora toda a intriga
Esquece todo o jejum
Acorda, vem brincar
canta, ri, salta
Na roda do ocultar
junta-te cá à malta
Menina, cadê? Tenho sôdades.
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