domingo, 1 de dezembro de 2024

VOLTEI À VIDA

Uma pedra 

No murmurar das pedras


Encravada

Tresloucada

Desalmada 

Danada

Afiada pelos dentes de negros gritos

Dor víbora 

Mordendo o sangre 

Veneno fel queimado as noites

Os dias com longos os meses

A vida parada

A vida fora da vida

Corpo dentro das goelas da morte


No murmurar das pedras

Uma pedra 


Pedra de cálculo errado

Finalmente reduzida a zero 


E o meu poema volto


1 comentário:

Graça Pires disse...

"No murmurar das pedras uma pedra". Sempre em nossos caminhos há pedras que nos magoam os pés.
Bonito poema.
Uma boa semana.
Um beijo.