quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Filosofices

Mar e deserto não têm referências.
Não é possível apontar:
— Ali aquela onda, atrás da duna da esquerda!

*** *** ***

Poderia ser um bem imóvel, se não mexesse tanto.

*** *** ***

Em mim e nas minhas circunstâncias, há todas circunstâncias dos outros.

6 comentários:

teresa g. disse...

Deve ser por seres peixinhos ;)

Blimunda disse...

O mar não tem, É a referência!

VOZES DO MAR

Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d'oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos d'epopeias? Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!


Florbela Espanca
Poesia Completa
Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000

Anónimo disse...

ora aí está um bom tema, filosofar!!!

haja alguém que faça algo de jeito!!!

bom fim de semana !

Bjinhuxxx

teresa g. disse...

Água e areia não têm forma. Por isso é que são fluidas e flexíveis. É engraçado, nunca tinha pensado nisso, a areia é o único sólido fluido.

Adiante, os peixinhos nadam em água. Até são capazes de ficar quietos na água em movimento. (Eh pá, também nunca tinha pensado nisso, os peixinhos sabem meditar!)

Tu és peixinhos e és água. Logo, por a+b conclui-se que tomas a forma de todas as circunstâncias dos outros e sabes meditar!

Acho que não estou a escrever coisa com coisa. Também, vinha só desejar bom fim de semana.

Bjinhos!

teresa g. disse...

O blogger comeu-me um comentário. Malandro. Agora já não me lembro como era. Era para me desculpar das filosofices de trazer por casa. Ainda bem que vem aí o fim de semana!

Anónimo disse...

Ainda bem que somos maleáveis como as águas e não estáticos como o cimento duro.
Ainda bem que as nossas circunstâncias se constroem com as dos outros e vice-versa.
Mas não tanto que sejamos a cópia conforme dos que nos cercam, nem carneiros de um qualquer rebanho, como os que tu guardas.

Boa semana!