terça-feira, 7 de abril de 2009

De pantufas

Nascemos descalços. Os pés podem dar que pensar. Cada vez mais dedicados, mas frágeis. Só escolhem solos almofadados, sensíveis ao mais pequeno grão de areia.

Os seus pés ficaram-me na memória: Grandes, largos, imponentes. Pisavam o chão com o impacto de toda uma genuína humanidade. No Verão, depois de calcar os sulcos da água, saía da terra suave, para o caminho duro e áspero. Sem sentir qualquer diferença. A sua pele era de sola forte que não se gastava com os gumes afiados do tempo.

Homo erectus. Perdemos o teu passo, o teu equilíbrio perfeito.

4 comentários:

mac disse...

Eu cá ando descalça quando posso. Nem sempre posso, que chatice.

Odete Costa disse...

Olha esta noite perdi uma meia na cama, foi uma chatice senti frio e estive desconfortavel a noite toda... eu cá sou muito de meias e bem quentinha...
Boa páscoa miguinha...

teresa g. disse...

É preciso apoiar a indústria de calçado nacional. Que falta de patriotismo moça! O homo erectus está extinto, deixa-o lá sossegado.

Lemniscata disse...

Eu ando descalça sempre que posso mas nunca o suficiente. Há sempre aquela sensação de chegar à praia pela primeira vez em cada ano e sentir demasiadas cócegas depois de tirar os sapatos. Bjs *****