Ao virar da esquina:
— Ora viva, há tanto tempo!
— É verdade, quem diria, ainda na semana passada pensei em ti.
— Pois, sabes como é a vida, uma pressa danada...
— Se sei! Ainda agora venho a correr porque estou a tratar da papelada do meu carro novo.
— Oh, também tenho de chegar a horas ao ginásio. É preciso estar em forma e cuidar da saúde.
— Claro, basta pensar nos exemplos à nossa volta... Sabes do Andrade, não?
— Chocante, um tipo tão porreiraço e por causa do AVC já não anda nem fala.
— Um dia destes havíamos de ir lá fazer-lhe uma visita. Se bem que...
— Ok, depois, quando calhar, combina-se. É melhor deixar passar o Natal.
— Isso... Gostei de te ver, mas não posso demorar-me mais.
— Nem eu, adeusinho.
— Até uma próxima.
5 comentários:
Mofina,
Por falar em amizades e no tempo e na vida que não perdoam quem não as aproveita e porque hoje, hoje mesmo, preciso disso, vou deixar-te aqui aquela escrita...
Irmã Saudade
Sete mil sonhos meus se perderam com o teu fenecer.
O vazio em que me deixaste encheu rios de amargo fel.
Nas margens da tua eterna juventude plantei a inexorável dor,
o tormento dessa maldita vacuidade.
Fátua foi a esperança de ver-te chegar e ficar.
As águas do meu rio de fel não te conheceram outra idade,
E por lá fiquei e penei, a dor perdurou e não voltaste irmã saudade.
Dói-me já e sempre a frágil persistência desta memória
que teima em apagar a lembrança do teu sorriso,
que apagou já o teu cheiro, o leve cantarolar da tua voz chamando por mim.
Sete mil dias sem o teu viver, sete mil noites sem o teu adormecer para mais um acordar.
Sete mil dias vivi, sete mil noites dormi com a covarde audácia de o fazer sem ti.
Sete mil mortes senti ao gritar sete mil vezes o teu nome, que sete mil mortes me roubaram.
Sete mil vezes, devagar morri, irmã saudade.
Obrigada, muito obrigada...
Tem tudo a ver com o momento: a postagem da Mofina e o comentário da Mazona.
Parece-me que é assim que as coisas devem começar: com a amizade e a admiração mútuas.
Graças a essa "escrita", a personalidade duma tal Mazona cativou um certo tipo de pessoas... e espantou outras.
Está feita a triagem, não está?
Outros se juntarão a vocês, sem dúvida, daqueles que dão valor à capacidade de pensar a sério numas coisas e de brincar com outras que o merecem.
A vizinha quer um ramo de coentros? É que fui hoje ao Alentejo e trouxe de lá uns pouquinhos, e como já há salsa...
Bem, sem ofensa!
:)
E agora a sério, minhas amigas eu só vos posso dizer que esta vida é curta, muito curta...
Essa foi uma das razões que me fez começar o meu primeiro blog. Quanto ao resto, se me permitem, prefiro fazer como os três macaquinhos japoneses.
Quecedizer, agora deste numa de velocidade e vai de abrir estrada fora e ás urtigas com o blogue...
Do que não serias capaz, com uma eléctrica!!!!
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